O Yoga
Alguns benefícios de praticar ásanas(posturas).
01/03/2012 15:27História do Yoga.
01/03/2012 15:08O que é Yoga?
Por Pedro Kupfer.
Muito se fala a respeito dessa filosofia. Muitas definições foram dadas, mas sempre temos a sensação de que alguma coisa fica faltando; de que o Yogase recusa a ficar aprisionado numa definição. Porque essas quatro letras juntas significam muitas coisas. E o Yoga acaba sendo sempre mais do que as palavras podem dizer. Não inclui a crença em nenhum poder sobrenatural, nem exige fé religiosa. Simplesmente expõe um caminho de auto-análise que pode praticar-se, prescindindo de qualquer teoria, crença antiga ou moderna por parte de quem o pratica. Um caminho que conduz o homem a compreender-se verdadeiramente a si próprio.
Todo mundo já ouviu dizer que Yoga significa em sânscrito união, mas Yogaigualmente significa trabalho, aplicação. Ou seja, Yoga seria o meio e o fim ao mesmo tempo.
Yoga também é liberdade. Libertar-se de condicionamentos e preconceitos em relação à palavra, por exemplo, poderia considerar-se uma forma de sádhana. As palavras não são nem boas nem ruins em si. Nós lhes damos valores e significados que associamos às nossas próprias emoções ou preconceitos. Está escrito na Bhagavad Gítá: Yogah karmashu kaushalam ('Yoga é perfeição em todas as ações'). Essa é uma visão tão ampla como simples da prática: qualquer coisa que você fizer, deve fazer-se como uma prática contínua e constante. Mas aqui temos um paradoxo: a perfeição não existe. Que significa 'perfeição'? A perfeição, assim como o zero, é um dos muitos produtos da capacidade de especulação da mente. Ou seja: não existe. Não é algo preexistente, nem uma verdade tautológica, daquelas que se sustentam por si próprias. A perfeição, diria, não é uma abstração etérica, inatingível, senão um modelo, um paradigma no qual nos espelhamos para transformar a própria existência numa obra de arte, algo digno de ser vivido (e perdoe-me o leitor o mau gosto da frase, mas é para que fique claro). Perfeição aqui significa arte de viver consciente. Nada mais.
Embora no início possa parecer difícil, ou incompreensível, chega uma hora em que a sua consciência se expande e você começa a entender. Nesse ponto, o Yoga não fica apenas no plano das idéias, nem se restringe unicamente à sala de prática. Com isso em mente, fazer Yoga é como um jogo que é preciso aprender a jogar desde o início. Um jogo que se joga tanto com a cabeça como com as vísceras. Mesmo se você não tiver nenhuma experiência com Yoga, saiba que suas atividades diárias, como trabalhar, criar os filhos ou estudar, também podem ser encaradas como um sádhana. É por isso que o Yoga é um jogo, cuja única regra é permanecer totalmente consciente o tempo todo, de cada ato, a cada momento. A experiência é a única coisa que salva o yogi. Se você não fizer, não viver, não experimentar em sua própria carne, não sentir no mais íntimo do seu ser, não adianta ler, pesquisar ou ouvir palestras sobre o assunto. Aliás, oyogi precisa ser crítico. É uma das qualidades básicas para poder avançar na prática. A capacidade de observação, de si próprio e do ambiente, é essencial: estar sempre atento.
Talvez você possa achar, como muita gente, que o Yoga é algo separado de si próprio ou do seu dia a dia. Algo que você 'faz', como ir às compras ou atender o telefone. Você precisa, não apenas fazer Yoga três ou quatro vezes por semana, senão viver em Yoga, 24 horas por dia, todos os dias da sua existência. Esse viver consciente, essa atentividade constante é a essência da prática, mas não se consegue exercendo a vontade. Não adianta apenas querer fazê-lo, nem acontece da noite para o dia. A atentividade constante é o fruto do amadurecimento interior, um processo em que se desenvolve gradativamente a consciência de alerta, que vai expandindo até abranger cada momento da existência.
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